Da vida aqui levo o trago do cigarro;
A poeira da rua, o gole amargo.
A ilusão do dia seguinte,
A mão calejada do pedinte.
Levo o troco e o soco,
O sonho e um rosto.
A rima sem sentido;
O real, concreto e absurdo.
Da vida aqui parto em retirada,
Esteira estendida e pavimentada.
Levo o sol, a chuva, a caneta,
O papel, a família e a letra.
Alguns amigos e poucas flores;
Me levo, me elevo, meus amores.