quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Em preto e branco

Não interessam roupas, livros e anseios;
Não quero conversar, ouvir e não leio.
Não importa degustar novos amores;
Nem reviver protagonismo ou rancores.

Desprezo ruas, automóveis, casas e casais;
Ignoro empregados, patrões, paletó e aventais.
Se é líquido, ao vivo, sólido ou gravado;
Real, sincero, criativo ou sugestionado.

Hoje, só hoje, tenho apenas um pensamento;
É vistoso, alegre, refrescante como o vento.
Hoje quero avistar torcida, saborear o jogo;
Hoje, minha gente, só quero saber do Botafogo.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Cedo ou tarde

Chopp com colarinho;
Você, em desalinho.
E se for com espuma;
Fora do eixo, apruma?
É cedo, tarde, nunca...
Boca, perna, queixo, nuca.

Você vem sem disfarce,
Suave, face a face.
O nunca, no nosso tempo
É brisa, sopro do vento.
Bigodes da loucura,
Fetiches sem doçura.

Não é simples acreditar no amor;
Não é fácil conviver com a dor.
E se for só pelos, pele?
E se for só a pele dele?
Não é necessidade, nem desejo.
É o que não devo, não quero e vejo.