quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Alcântara de Meireles

Zé, como a gente fica?
A bola rola, não quica.
Zé, e o "Ururau Irado"?
Cumpre o dever calado.

Zé, agora é outro papo?
A cerveja é guardanapo.
Zé, e essa vida nobre?
Valeu, a gente descobre.

Zé, a barra pesou. Né?
A rotina, talvez, deu ré.
Zé, e sua falta como é?
Oração elegante da não fé. 

Boatos

Espalhe por aí que virei ar
Passo respirando e sem tropeçar
Pra eu chegar até você com fôlego
E ouvir que é preciso chamego

Espalhe por aí que virei sol
Passo esquentando, luz feito farol,
Pra eu chegar até você e te bronzear
E ouvir que é preciso clarear

Espalhe por aí que virei água
Passo escorrendo por cimento e tábua
Pra eu chegar até você e te refrescar
E ouvir que é preciso amar

terça-feira, 19 de setembro de 2023

Transcendência

Não sei se até uma revista literária
Ia estampar toda essa nossa alegria
Talvez fosse um anúncio de rodapé
Teclando o samba da praça de ré

Impacta a impressão da sua imagem
Se eu não me vestisse de coragem
Pode ser prosa em cada sentimento
E uma brisa pra soprar o momento 

Vou publicar em PDF esse acalento
Olhar, respirar e acelerar, bem lento
Contemplar à vista silêncio e roupa
Registrar que toda a paixão é pouca

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

À prova

Esse descompasso geométrico
Pode ser matemático
Quando o plural de física
É sinônimo de química

Nem parece uma história
Tá mais pra qualquer teoria
De prática não muito nova
Da alquimia que não reprova

Num boteco palco da filosofia
O tapete da sociologia
Brinca com a exatidão da álgebra
E exala o charme da literatura

terça-feira, 5 de setembro de 2023

Vinte e nove vezes

Ah, não é só momento!
É o registro do tempo,
Daquele que não volta.
Daquele, da reviravolta! 

Se estou sorrindo, eu sei;
Se é por mim, eu tentei!
Mas pode ser sol, à toa;
E pode ser chuva, garoa!

Vale é o nosso brinde;
Vale o que decide.
E eu decido viver...
Vida, gente, é acontecer.