segunda-feira, 13 de julho de 2020

Didi, Floyd, João Pedro, Miguel e Marielle

Didi não se embrenhou na rede, não.

Pediu, pegou e se apossou da bola depois.

Veio quieto, com ela embaixo do braço, até o meio da quadra.

Impassível. Imponente. Príncipe.

Disse para Floyd: "Protege a Marielle, eles são covardes".

Ficou claro no primeiro ataque adversário, em que um atacante raivoso, deputado fortão do PSL, empurrou a goleira com a mão direita, impedindo-a de alcançar a bola. E comemorou o gol rindo, fazendo gesto de arminha.

Didi olhou fixo para João Pedro e Miguel.

Apontou as extremidades da quadra.

Genial, definiu ali a tática de jogo.

Ficou mais recuado, ajudando Floyd a preservar Marielle.

E liberou os garotos.

Foi um massacre.

Três de João Pedro, que só sorriu.

Dois de Miguel, serelepe. Acenou para as câmeras e a gente da TV, que filmavam tudo ali. Expurgou: "Mãe, tô feliz".

Didi, de longe, fez o sexto.

E Marielle, se livrando de um miliciano que a mirava, num chute espetacular de sua área, fechou o 7x1.

Os negros, ah, eles devolveram nossa dignidade. Tinha de ser.

E será.