terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Labirinto de suspiros

Eu tô doido pra ficar te olhando com olhos de contemplação.

Feito um menino quando vê o mar pela primeira vez e lhe dá o coração.

Gosto da sua voz, aprecio sua elegância, sou apaixonado por nós.

A gente é praia, desde a areia até o rochedo, é água calma e mar feroz.


Você dirige bem você e eu, numa frequência rara e única. 

A gente prefere a gente, pessoalmente ou à distância, tudo indica.

Temos notícias, fatos, fotos e até fofocas e informações. 

Faz parte do DNA que cravamos, redemoinho de inundações. 


Leoni nos batizou, acho que Zeca Baleiro nos profetizou em Raul.

Eu sou, sim, um maluco beleza, ar de uma Vila Velha ao sul.

O norte, meu bem, transformamos em amor de gato de olho azul.

Ninguém é o que a gente é; nem sem tempo, nem cronometradamente nu.


sábado, 24 de fevereiro de 2024

O dinossauro que habita em mim

Eu não tenho o sobrenome que me dá orgulho hoje.

Meu pai tem, ou tinha, minha namorada possui. 

Sonhei com meu pai essa semana. Ele remava.

E a gente levava a vida em águas calmas.

Acordei, esses dias, pensando que a vida era lenta, como águas calmas.

Acho que nosso relógio corre, corre como correnteza.

E não é bússola, talvez nem relógio seja direito.

Porque o tempo, ah, esse cronometra a gente. 

Bate, morde. Assopra e acalenta.

Esse relógio da nossa vida gira, pulsa, resgata, afaga e afoga.

E o que é viver? É uma prova de 100 metros?

Maratona?

Ou é travesso travesseiro que te emoldura essa corrida desnecessária?

Às vezes estou ali, no estacionamento do Shopping. 

Às vezes sou flecha em ti, disparada em mim.

Ouço sua voz doce. Um bombom na noite. Um açoite. 

Ah, vc está aí.

Mas é tão aqui que me sinto. 

Me permito até falar do que não é. 

Me visto de você, me ergo.

Hoje a gente falou e eu me prometi a você. 

Eu sou um clichê, você é um doce.

Tanto que tem Souza, com zê, no sobrenome. 

E, sua linda, meu pai também tinha. Igualzinho. 

Eu não tenho, porque não podia ser seu parente, sendo você meu amor. 

Vou falar baixíssimo: tenho orgulho disso. 

É estufar o peito e gritar um gol. 

Um, dois gols.

Do Sousa, esse com ésse no segundo ésse, fazendo o segundo gol aos 45 do segundo tempo. 

Ah, esse nordeste, essa Paraíba de Elba e Zé Ramalho, lugar sem amarras. Sem Cruzeiro. Xô, Cruzeiro de um "Fenômeno" que perdeu o  jogo dessa noite. 

Mas o campeonato dessa vida minha tem meu pai. E tem você, seus Souzas lindos, não importa a grafia. Vale é a fome de viver. A fome do Tiago, só reduzi com uma Coca e um misto perto de casa. A gente é só um pouco de gás pra sobreviver; queijo, presunto e pão são.  Somos todos iguais nessa noite. Nessa terra. A terra que já foi dos dinossauros. Ele, o símbolo da cidade Sousa, dessa Paraíba que mora (ou deveria morar!) em todos nós. 

Pra você guardei o mais bacana de mim

Você é um presente que o infinito me deu. 

Um carinho do céu, um abraço de Deus.

E um singelo e eterno beijo de Maria. 

É fogo, paixão.

É o gelo da coca-cola.

E é fogão.

É coleção de óculos. 

É ver filme com binóculos. 

Invisíveis, intangíveis. 

Presentes no riso, na gargalhada. 

Você é como uma ótima piada.

Que a gente não esquece. 

Da qual a gente não adormece. 

E que a gente quer pra boca, pra sorrir a alma.

E pra deixar a vida leve, totalmente calma.

Você me dá a segurança que não tenho;

O amor que não compartilho...

Vou pra onde?

Pra onde você me levar;

Pra onde eu só vá.

domingo, 18 de fevereiro de 2024

Se gostei...

 O dia amanheceu cinza.

Seis e quarenta de uma manhã nublada pela cortina branca do quarto. 

Algumas tatuagens suas me marcaram como o sol que não chegou. 

E tua pele, essa foi como o reflexo das ondas do mar na vidraça.

Teus olhos esmeralda, envidraçados pela moldura do momento, assentaram. 

Eles são. 

E serão faróis.

Me guiam.

Me cegam.

Me levam.

Me ensinam.

Dois, três lençóis depois, a gente era café.

E fé no que não vimos.

E só no que sentimos. 

Um pão integral com queijo. 

Uma xícara com seu beijo.

Ah, vasculhei meu Zap depois. 

Não encontrei o que fomos nós dois.

Nem acharia no infinito. 

Mas estava escrito:

Um riso resumido,

Uma conexão abissal.

De repente veio uma personagem: "Selma Castiçal"...

Mas a gente reza?

O que a gente preza?

A gente é uma forte chuva?

A gente é caroço ou uva?

Sei que é original. 

Sei que é sabor de bolinho de bacalhau.

Mas era era filé com fritas.

Era areia do mar, rua, águas infinitas.

A gente chama o garçom...

Vem tua história, tua mutação, teu dom...

O cara se apresenta como "Júnior Tigrão".

Pinta a rima pobre de sim ou não. 

E você é ouro, é minério!

É Pará, São Paulo, Bêagá!

Desvenda teu mistério. 

Vem pro meu mundo. E já!

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Pontual

Acho que você até não existe;
Não aqui, aqui na minha frente.
Só que a gente, a gente insiste;
Numa conexão sem um limite. 

Acho que não vou te absorver.
Mas como não me reverter?
É tentar ir, ir, ir, ir... e tentar ser;
É um salto no escuro, é viver! 

E o que é o não conhecimento?
Se, não, um ativo do momento?
Estou aqui, me vendo (!) atento.
Estou aí, pra somar movimento.