quarta-feira, 28 de junho de 2023

Sombreiro

Amor é raquete
É tênis e basquete
Amortece
Anoitece

Amor aquece
Não esquece
Tempera
Reverbera

Amor é Azeite
É deleite
É piston
É on

Amor sopra e arde
Nunca é tarde
É extintor
É ardor

Amor é ferro de passar
É golear
É dor
É até amor

Amor é sax e serrote
É um norte
É boliche e rádio
É estádio 

Amor é relógio e violão
É pousar sim e não
É antiquário
É armário 

Amor é dedo ao infinito
É feio e bonito
É luz que reluz
É força, conduz

Amor é cerveja
É alguém que me veja
Me enxerga
E me cega

Amor clama
E chama
E cama
Amor me ama

segunda-feira, 26 de junho de 2023

Sol entre os trilhos

Mar de gente sem água;
Movimento de formiga.
Homem do escuro, buá;
Um filme que me intriga. 

E por falar nos cinemas;
A gente não viu, nem vê.
Me vi ao avesso, apenas;
Sol nos trilhos, você crê?

Creio nas festas juninas;
E indo sempre pra casa.
Quadrilhas são meninas;
Têm alma, fé, chão e asa.

quarta-feira, 21 de junho de 2023

A outra

Fui idealizadora do amor, amante do pecado;
Moradora única de um prédio cinza desbotado.
Fiel, sempre fiel, à minha límpida solidão;
A motorista desgovernada do trem sem vagão.

Tomei litros de água, ao invés de cachaça;
Tenho um viço moribundo dentro da carcaça.
Corri léguas, estradas inteiras, e não caí;
Hoje é o que ontem não foi e amanhã não vi.

Não deixei um testamento nobre documentado;
Nem folhas em branco de um papel maltratado.
Se sorri aos remédios, foi a sua impressão;
Dei tchau às agulhas tolas por pura imersão.

Hemisfério

Que vento sul sou eu?
Que alvoroça folhagem?
Que atravessa o breu?
Que parece miragem?

Que proteção é você?
Que tipo de agasalho?
Que coberta de prazer?
Que tapete no assoalho?

Que temperatura temos?
Que tem no inverno só?
Que no verão queimemos?
Que o termômetro dá nó?

terça-feira, 13 de junho de 2023

Nem vento, nem tempestade

É uma canção de verão, um anjo;
Um clarear que não vejo.
Se você for sapato velho,
Sou a viagem, um elo.

É ser bem simples como a roupa nova;
Ter nos bailes da vida uma escola.
Ah, Maria Maria, meu universo é você.
Chama pra começo, meio e fim, pode ser?

Só minha felicidade não dá, não dá...
Os corações não são iguais cá ou lá.
Uma alma brasileira volta pra mim...
No sonho, nos corações psicodélicos, enfim...

Amar é chuva de prata?
É de volta pro futuro numa lata?
É vício, é Lumiar, é sensual?
E é tímida, é um voo livre casual?

À flor da pele vive uma lenda,
Que tem a força do amor na legenda.
E vamos seguindo o trem azul,
Com a estrela linda demais ao sul.

A paz é dona de um coração pirata;
É um show de rock´n roll que arrebata.
É até whisky à go-go na vitrola.
Tô aqui, moça da cantiga. Desenrola!