sábado, 21 de setembro de 2013

Solo

Não, não vou te contar minhas alegrias;
Nem teimas, brigas ou tristezas.
Não, me recuso a te contar um livro
Que sobrou da tradução do que sinto.

Não vou falar sobre lágrimas e sorrisos;
Sobre gostos, identidades ou destinos.
Não, definitivamente, não falarei;
Com o silêncio é que direi.

Não vou cortar os pulsos, também;
Patético, seria só e apenas refém.
Não, não vou cortar nem letra minha;
Tampouco palavra, frase ou rima.

Não, não vou ouvir música triste;
Seria como dizer que você ainda permite.
Não, não vou escrever e te homenagear;
Vou, devo e posso só me decifrar.

Não, não sei o que vai ficar depois;
Se vai ter depois, depois do depois.
Não, não defino começo, meio e fim;
Guardo e aguardo, só, pedaços de mim.