quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Métrica

Ninguém tem a medida do amor,
Ou a dimensão da tampa da dor.
E se é amor, dor, fervor ou engano,
Só o tempo dirá, esse amigo insano.
E não for nada disso; e se for?
E se for frescor?
Pode ser esperteza;
Pode ser tristeza.

E se ninguém mede, o que é amor?
Qual a identidade; é de frio ou calor?
Pode ser a sujeira embaixo do pano;
Pode ser diagnóstico de desengano.
E se não for nada disso; e se for?
E se só for?
Pode ser até gentileza;
Pode ser até torpeza.

Então ninguém sabe, ao certo, do amor?
Pode ser conclusão, até clamor.
Pode ser montanhoso ou plano.
Pode ser por dias, ou ano a ano.
E se não for nada disso; e se for?
Pode ser espinhoso, pode ter flor.
Pode ser destreza.
Pode ser até singeleza.