sexta-feira, 5 de maio de 2023

Se tentando

Precisei recorrer aos novos óculos para enxergar Lulu, aos 70.
Óculos são uma espécie de retrovisores... do que a gente já foi.
Pelo menos é o que vejo. Ou melhor, tento. E você também tenta.
Já vivi, mas quero escrever um texto sobre ele. E a gente, oi?

Ah, tô numa viagem aleatória aqui, de tentar misturar as coisas.
Uma crônica vadia, num dia vadio, numa noite sem qualquer placar.
Deu empate, dois empates. E a gente empatou, somos feito brisas.
Vou aqui enfileirar umas rimas, uma coisa de quem quer emplacar.

Não é apenas mais uma de amor
Em tempos modernos
Talvez seja toda forma de amor
Como o último romântico

De repente, Califórnia
Ou deixa isso pra lá
Se é seu aniversário
Um pro outro, já

Quando um certo alguém
Como uma onda
Tem a cura como ninguém
Certas coisas a gente sonda

Adivinha o quê, sereia?
Você me faz tão bem, tudo bem?
E a nossa casa, incendeia?
Assim caminha a humanidade, vem?

Estão aí, dezoito títulos de músicas em forma de poesia.
É uma crônica explícita? É. Mas também talvez não seria.
Não vi Lulu no Vímana, com Ritchie e Lobão e companhia.
Só soube. Ele era vocal e guitarra, mas podia ser bateria.

Vi Lulu Santos cabeludo, no Cassino do Chacrinha.
Lembro dele de camiseta e bermuda jeans, arrasando.
Ele cuidou bem da Scarlet Moon, e criou sua cria.
Lulu se assumiu Lulu, sempre corajoso e mitando.

É só um viva pra ti mesmo.
Nessa nossa vida a esmo.
A gente precisa viver.
E acender. E ascender.  

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