segunda-feira, 3 de março de 2014

A inocente mão trêmula

É, eu sei

Camisa preta sobre pele preta,
Não pode estampar imprecisão.
Cabelo preto sobre pele preta,
Não tem que ser tosado de perdão.

É, eu sei

Camisa branca sob roupa cinza,
Pode ativar justiceiro.
É dedo na ferida que agoniza,
Alimento frágil do carniceiro.

É, eu sei

Gritos, lágrimas e cartazes
Se agrupam em voo solo.
Pressa e imperícia, vorazes,
Deitam sobre o mesmo colo.

É, eu sei

Antes da meia-noite,
É depois das seis.
Antes da meia foice,
É depois de vocês.

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