terça-feira, 12 de março de 2024

A mão esquerda

Oito. Oito e pouca. Quase nove da noite. Uma, duas, três Brahmas depois... Um olhar me atravessou. Era marrom. Eram marrons. Dois olhos. Duas luzes, duas possibilidades. 

Eu fitei. E namorei. Apaixonei de cara. Minha cara, minha metade, meu todo, parou bem perto. A gente se descobriu. Extravasei. A mão esquerda sobressaiu. E foi. E foi solo, só. 

A gente estava num quiosque. Talvez um trailer... talvez uma lanchonete. É, vamos chamar de lanchonete, encravada numa divisória de pistas. Quase uma pista única. 

Ali estávamos eu, o cliente; Júnior, uma espécie de faz-tudo; e Duda. Duda para quem ela assim se apresentava. Maria Eduarda, a mãe chamava, supus. Ela tinha brincos de corações. 

Duda, a dos brincos, brinca de receber as contas. E ainda atende. Júnior, serelepe que só, notou quando meu olhar fitou o dela. Ele viu aqueles olhos marrons a me marcar. E marcaram.

"Maria Bethânia, vem aqui", gritou silenciosamente Júnior. Não acreditei que aquela cadela linda, caramelo, tinha esse nome. Duda disse que o irmão se chama Caetano Veloso. 

Só posso estar num sonho da vida real. Comi meu "mata-fome" com a fome dos imortais. Que são "Gegê e Inácio", cães do irmão João. E eu sou amor. Amor de Dani. Das Vilas e das Vitórias.

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