terça-feira, 26 de junho de 2012

Ponteiro de relógio


Com a velhice chega
Intolerância para o amor,
Costume com a dor.

A idade pesa.
O corpo reclama.
A artéria inflama.

Da vida, certamente.
Gostos mudam;
Desgostos sugam.

Faz parte, é natural.
Hoje aqui, proposital;
Amanhã ali, acidental.

Tempo que não volta.
Ira que não salta.
Mão que não revolta.

Inversão de paciência.
Tragos de impaciência.
Rotina, persistência.

Acabou lápis e borracha.
Hora de caneta de ponta fina,
E dos riscos da neblina.

Uns chamam de maturidade.
Outros se sentem à vontade.
Resumo de liberdade.

Sai o filho, entra o pai.
Troca o folhetim.
Surgem vocês, pedaços de mim.