segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Oito anos

Talvez, pautadamente
Eu consiga escrever o que foi hoje.
Pausadamente, me reflita;
Penso na manhã, aflita.

Enquanto esse garrancho atravessa o papel
Ninguém quer saber da curva
Do acidente, ou da caneta.
Não interessa, é besta.

Desde cedo, desde sempre.
Fato é contramão e velocidade.
Nas primeiras horas,
Na alma sem idade.

Fato é a velocidade no carro,
Espirro e tosse sem cigarro.
O pagamento do almoço;
O livre destroço, o osso.

Te deixar coletivo e só;
Te entregar à escola, te dar nó.
Te deixar presente,
Te deixar ausente.

Se eu quero te encontrar, não pensei;
Se eu quero teu orgulho, tentei.
Se você vai me sorrir, sei;
Se vai rir de si mesmo, garimpei.

São tantas horas de vida e da fase;
São tantas frases e disfarces.
E você vai e vem,
E você quer e tem.

Tua expressão triste me afoga;
Teu riso tímido, me afaga.
Teu abraço sincero,
Eu quero.