Eu podia ser um gênio.
Desses com esmeraldas nos olhos.
Que não têm voz potente, mas são trovão.
E trovadores da vida, essa brincadeira desmedida que nos foi concedida.
Eu podia ter nascido carioca.
Com uma discreta e elegante malandragem que encantam.
Mas eu não canto.
Chico, dizem, também não.
Eu podia estar empatado com Chico.
Podia ter tido filhas, mas só tive filhos.
Como esse aí da foto.
Tocando violão de mão solta.
E dedilhando a leveza da vida do jeito dele.
Eu podia ter um disco de Chico.
Mas nunca tive vinil.
Nessa roda gigante do tempo me sobrou só um CD.
De coletâneas.
E assim vou vendo a banda passar.
Eu podia ter o talento de meu querido amigo Paulo Renato Porto.
Ele, sim, escreveu uma crônica poética pra Chico.
Eu li, reli e curti.
Foi um pequeno grande momento.
O máximo permitido por mim mesmo se deu há bastante tempo: Chico está num altar.
Num texto que meu coração ditou.
E pus no papel.
E isso nem tem 80 anos!
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