Vou te contar as histórias que criei pra nós e que nunca vivi.
E pavimentar um chão que não pisei, de onde sempre corri.
Vou falar só mais essa vez que do teu sorriso, muitas vezes eu ri.
E da cama que não era minha nem sua, eu nunca esqueci.
Vou te mostrar seus maiores insucessos que nunca escrevi.
E beijar muito a manhã que te bronzeia e que eu não curti.
Vou te falar de verdades fugazes, das frases que sempre menti.
E ter o cheiro doce e bom do teu perfume que eu nunca senti.
Vou te dizer que o vinho foi suave e que em teu peito profundo dormi.
Agora vou me esfarelar todo em acordes, te dizer que já desisti.
E saborear a cerveja das cervejas, aquela rara que eu nunca bebi.
Talvez a gente se veja numa nuvem ou num dia de sol bem aí dentro de ti.