Ainda dá tempo
Do oceano virar poça;
E a montanha, roça.
Do demérito da conquista,
E da simplicidade da perda.
Ainda dá tempo
De morder a língua e rir;
E regravar as digitais.
De erguer castelos na areia,
E até surfar no colchonete.
Ainda dá tempo
Da reza infantil;
De dar ao tempo
O tempo que o
tempo não tem.
Ainda dá tempo
De embrulhar a memória;
E sair por aí, cantando.
De envelhecer tanto,
Até virar criança.